Se você já financiou um bem de longo prazo, como um carro ou uma casa, pode ter se deparado com a situação de pagar parcelas por anos e ainda assim descobrir que a dívida não diminuiu tanto quanto esperava. Para evitar essa situação, a amortização pode ser uma solução eficaz. A amortização é um conceito fundamental para entender como funciona o processo de pagamento de dívidas, e pode ajudá-lo a planejar melhor suas finanças pessoais.
Neste artigo, você vai descobrir o que é a amortização, como ela funciona e quais são os diferentes tipos de amortização disponíveis no mercado. Além disso, vamos explicar como usar o FGTS para amortizar o financiamento imobiliário, se é melhor amortizar o saldo devedor ou as parcelas e como amortizar um empréstimo consignado. Continue a leitura e saiba tudo o que precisa sobre o assunto.
Principais Pontos
- A amortização é um conceito fundamental para entender como funciona o processo de pagamento de dívidas de longo prazo.
- Existem diferentes tipos de amortização disponíveis no mercado, e é importante escolher o mais adequado para sua situação financeira.
- É possível usar o FGTS para amortizar o financiamento imobiliário, e é importante entender se é melhor amortizar o saldo devedor ou as parcelas.
O que é amortização?
Amortização é o processo de redução do valor total de uma dívida por meio de pagamentos periódicos. É importante destacar que nem todo pagamento de uma obrigação financeira é uma amortização, pois para que ocorra a redução do valor total da dívida é necessário que o pagamento seja feito não apenas dos juros, mas também do principal da dívida.
Por exemplo, ao pagar apenas os juros de um financiamento, a dívida ainda existirá, pois o principal não foi quitado. Por isso, a amortização é fundamental para reduzir o valor total da dívida e, consequentemente, o tempo de pagamento e o valor das parcelas.
Um exemplo prático de como a amortização funciona é quando antecipamos parcelas de um financiamento imobiliário. Ao antecipar o pagamento, conseguimos reduzir o tempo de pagamento e, consequentemente, o valor a ser pago. Essa é a grande vantagem da amortização nos contratos de crédito.
Existem diferentes tipos de sistemas de amortização, como o Sistema Price e o Sistema de Amortização Constante (SAC), que possuem formas distintas de calcular os juros e a amortização das parcelas. É importante entender qual sistema está sendo utilizado para saber como a dívida está sendo reduzida ao longo do tempo.
Como funciona a amortização?
A amortização é o processo de redução do valor total de uma dívida por meio de pagamentos periódicos. Quando você faz um empréstimo ou financiamento, a parcela é composta pelo principal, juros e outros custos, como seguros. Amortizar um financiamento significa liquidá-lo integralmente, e para isso, você pode antecipar o pagamento de algumas parcelas e pagar o restante de acordo com o tipo de amortização estipulado no contrato.
Existem diferentes tipos de amortização, como a tabela SAC (Sistema de Amortização Constante) e a tabela Price. Na tabela SAC, a parcela é composta por uma parte fixa, referente ao pagamento do principal, e outra variável, referente aos juros. Já na tabela Price, a parcela é fixa, e a parte referente ao pagamento do principal aumenta com o tempo, enquanto a parte referente aos juros diminui.
É importante escolher o tipo de amortização que mais se adequa ao seu perfil financeiro e às suas necessidades.
Quais são os tipos de amortização?
Existem dois tipos principais de amortização no mercado brasileiro: o Sistema PRICE e o Sistema de Amortização Constante (SAC). Cada um desses sistemas tem suas próprias características, vantagens e desvantagens.
Sistema PRICE
O Sistema PRICE é conhecido por ter parcelas iguais durante todo o prazo do financiamento. No entanto, a parte da parcela correspondente aos juros é maior do que a do principal no início dos pagamentos, fazendo com que a amortização da dívida seja menor nos primeiros meses. Somente com o passar do tempo, com o saldo devedor diminuindo, é que a amortização começa a aumentar.
A tabela PRICE é mais previsível, pois as parcelas são todas iguais. Além disso, as prestações iniciais são menores, o que pode ser uma vantagem para quem deseja comprometer um valor menor do orçamento. No entanto, os juros acabam sendo maiores, justamente pelo fato de a amortização do principal ser menor no início dos pagamentos.
Sistema de Amortização Constante (SAC)
No Sistema de Amortização Constante (SAC), a amortização do financiamento é a mesma em todas as parcelas. Isso significa que as prestações iniciais desse sistema serão maiores, pois elas contemplam a amortização e os juros referentes ao principal.
Ao contrário do Sistema PRICE, aqui as prestações vão reduzindo com o passar do tempo. Com a amortização constante nas parcelas, os juros incidem sobre um principal cada vez menor, e o valor total da dívida reduz mais rápido. Por isso, quem opta por um financiamento pelo Sistema de Amortização Constante acaba pagando menos juros do que no Sistema PRICE.
Se o consumidor tem condições de antecipar algumas parcelas, a diferença no total da dívida pode ser ainda maior. Logo, o SAC é indicado para quem deseja ter desembolsos menores conforme os anos passam.
Outros tipos de amortização
Além das duas principais formas de amortização, existem outras menos utilizadas, mas que podem aparecer em alguma negociação. Nesta seção, vamos explorar três tipos de amortização: o Sistema de Amortização Misto (SAM), o Sistema Americano de Amortização (SAA) e o Sistema de Pagamento Variável.
Sistema de Amortização Misto (SAM)
O Sistema de Amortização Misto (SAM) combina o SAC e a tabela PRICE. Ele corresponde à média das prestações de ambos. No SAM, a parcela não é fixa como no sistema PRICE, mas a sua variação é menor do que a do SAC ao longo do prazo do financiamento. Normalmente, utiliza-se o formato misto nos financiamentos imobiliários que seguem as regras do Sistema Financeiro Habitacional (SFH). Isso porque ele combina a possibilidade de parcelas menores do que as do SAC com juros menores do que os do sistema PRICE.
Sistema Americano de Amortização (SAA)
O Sistema Americano de Amortização (SAA) não é tão comum no mercado brasileiro. No SAA, existem duas formas de liquidar o financiamento contratado. Uma delas é com pagamentos periódicos de juros e principal no vencimento; a outra é com pagamento total no fim do contrato, e, nesse caso, os juros serão capitalizados durante todo o período da dívida. De forma geral, as pessoas utilizam o SAA em casos específicos, quando elas têm a previsão de receber uma determinada quantia de dinheiro em certo prazo.
Sistema de Pagamento Variável
O devedor faz o Sistema de Pagamento Variável de acordo com sua capacidade. Como o nome diz, não há uma regra única para esse tipo de amortização. Nesse caso, você deve pagar os juros da operação sempre ao final de cada período. Um dos exemplos mais comuns de pagamento variável é o rotativo do cartão de crédito. Dependendo de cada instituição financeira, ela estabelece um valor mínimo para a fatura, que já inclui os juros do mês em questão.
Como usar o FGTS para amortizar o financiamento imobiliário?
Regras para a utilização do FGTS
É essencial conhecer as regras estabelecidas tanto para o comprador quanto para o imóvel ao utilizar o FGTS na amortização ou liquidação do saldo devedor de um financiamento imobiliário.
Regras para o comprador
- Trabalhar sob o regime do FGTS por um período mínimo de três anos, de forma consecutiva ou não.
- Não possuir outro financiamento ativo no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) em qualquer local do país.
- Não ter propriedade de outro imóvel na cidade onde reside ou trabalha.
Regras para o imóvel
O valor de avaliação do imóvel deve ser de até R$ 1.500.000.- O imóvel deve ser residencial e destinado à moradia do titular do financiamento, excluindo-se imóveis rurais e comerciais.
- Não pode haver pendências na matrícula por dívidas do vendedor.
- O proprietário do imóvel não pode ter restrições cadastrais ativas devido a problemas de crédito.
- Você não pode ter utilizado o FGTS nos últimos três anos para a aquisição do imóvel.
Essas regras são essenciais para garantir a elegibilidade do comprador e do imóvel para a utilização do FGTS na amortização ou liquidação do financiamento imobiliário. Ao compreender e atender a essas condições, você pode utilizar o saldo do FGTS de forma eficaz para aliviar o orçamento e reduzir o desembolso mensal com o financiamento imobiliário.
É melhor amortizar saldo devedor ou parcelas?
Quando se trata de amortizar um empréstimo, a decisão de amortizar o saldo devedor ou reduzir as parcelas pode depender da situação financeira e dos objetivos do mutuário.
Se a maior necessidade for dar um alívio ao orçamento doméstico, reduzir o valor das parcelas pode ser uma boa alternativa. Isso ajudará a ter um desembolso menor mensalmente e reequilibrar as finanças. No entanto, se o objetivo é economizar no longo prazo, amortizar o saldo devedor pode ser a melhor opção.
Ao amortizar o saldo devedor, o mutuário pode encurtar o prazo de pagamento e reduzir a quantidade de juros pagos ao longo do tempo. Por outro lado, ao reduzir as parcelas, o prazo de pagamento pode ser estendido e a quantidade de juros pagos pode aumentar.
Antes de tomar uma decisão, é importante consultar o saldo na conta do FGTS para saber qual é o valor disponível para amortização do saldo devedor ou redução das parcelas. Você pode fazer a solicitação através do App Habitação Caixa ou pelos canais telefônicos da instituição financeira.
Se ainda não utilizou o saldo do fundo no contrato, a Caixa Econômica Federal recomenda apresentar um documento oficial de identificação, extrato do FGTS, carteira de trabalho (para comprovar o tempo mínimo de trabalho exigido), declaração de Imposto de Renda e, no caso de trabalhador casado ou sob regime de união estável, também será preciso o IR do cônjuge.
Como amortizar empréstimo consignado?
Amortizar um empréstimo consignado é simples. Para quitar uma ou mais parcelas, ou toda a operação, você deve entrar em contato com o agente financeiro responsável pelo contrato de crédito e fazer a solicitação. Cada instituição financeira possui seus próprios procedimentos, mas normalmente o boleto para quitação da dívida chega em poucos dias, algumas até enviam no mesmo dia da solicitação.
Junto com o boleto, a instituição deve enviar o saldo atualizado, taxa de juros, valor das parcelas (original e com o deságio de antecipação de pagamento) e o prazo remanescente do empréstimo, quando a quitação não for integral. Essas informações são importantes para se ter noção de quanto se está economizando com a antecipação dos pagamentos.
Lembre-se de verificar se o contrato do empréstimo permite a amortização antecipada e se é vantajoso financeiramente. É importante estar em dia com as parcelas do empréstimo para poder solicitar a amortização.
Algumas estratégias para amortizar o empréstimo consignado incluem utilizar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para quitar parte da dívida, ou fazer pagamentos extras sempre que possível. A fórmula para calcular a amortização do empréstimo consignado é simples: Amortização = Valor do Empréstimo / Número de Parcelas.
Conclusão
A amortização é uma ferramenta financeira importante para gerenciar dívidas de forma eficaz e fazer escolhas financeiras informadas. Seja para um empréstimo pessoal, um financiamento imobiliário ou a gestão de dívidas de um negócio, conhecer como a amortização funciona pode ajudar a economizar em juros e a planejar melhor o seu orçamento.
Existem diferentes tipos de amortização, como o Sistema de Amortização Constante (SAC) e o Sistema PRICE. Cada um tem suas vantagens e desvantagens, e a escolha do método certo pode depender das suas necessidades e objetivos financeiros.
Ao escolher um método de amortização, é importante considerar fatores como o prazo, a taxa de juros, o valor da parcela e o valor total da dívida. É possível usar uma calculadora de amortização para ajudar a comparar diferentes opções e tomar uma decisão informada.
Lembre-se de que a amortização não é a única ferramenta disponível para gerenciar dívidas. Além disso, outras opções incluem a renegociação de dívidas, a consolidação de dívidas e a transferência de dívidas para um credor com taxas de juros mais baixas. É importante avaliar todas as opções disponíveis e escolher a melhor para a sua situação financeira.
Se você precisar de ajuda para gerenciar suas finanças pessoais ou empresariais, pode contar com a equipe do GEX. Além disso, fique sempre por dentro do mundo das finanças com o GEX news.